quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Lisboa da Lu

Me perguntaram o que é que eu estava indo fazer lá. Ora, conhecer a Lisboa da Lu. Tinha subitamente me dado conta de que maio seria a última oportunidade: depois as passagens subiriam - alta estação - e, em seguida, a Lu ia voltar.
Passei uma semana em Lisboa, para espanto de um monte de gente. As pessoas achavam, sem me dizer claramente, que era um desperdício. De quê, não sei. De Europa, porque estava indo só a Lisboa? E quando a gente tem tempo de ver tudo? Eu, por mim, ancoro e faço ninhos em botecos de onde vejo o mundo. Que delícia fazer ninho em Lisboa, encontrar meus cantos nos cantos da Lu, com a risada da Lu para acompanhar. 
A "casa dos mortinhos"em que ela me levou pra passear e conhecer túmulos: como é que ela sabia que eu ia adorar esse programa? Não sabia, claro. Estava me mostrando a Lisboa que era dela. O Mercado pra tomar cerveja e comer beliscos. A beira do Tejo, o cais do Sodré e o bar que Fernando Pessoa frequentava. O Bitoque e seus donos de cabelos brancos e sorriso pronto, e suas delícias do mar. Onde eu aprendi que gostava de vinho verde, sim senhora: não gostava era de vinho verde doce
As praças por perto da casa dela, em Campo de Ourique, com quiosques, mais risos, mais chopes. 
Bethânia em Lisboa, quer algo mais Lu do que isso? Pois cheguei bem no dia, chorei com ela, me encantei com ela e com uma plateia inteira de portugueses que cantavam todas as músicas e ainda fizeram uma flash mob agradecendo a Bethânia pelos 50 anos de alegrias.
Pastel de bacalhau recheado com queijo da serra: esse a gente descobriu juntas, ela, eu e a Claudia Beatriz. Delícia total. Gosto de quero mais. 

O elétrico. A cidade alta. O castelo de São Jorge, que a gente acabou visitando só por fora,e a feira de artesanato que tem ali do lado. 

O passeio em Cacilhas com a Fernanda, a contação encantadora da Claudia.
O apê da Lu, pequenino e aconchegante, em uma vila em que se penduram roupas coloridas na janela. Só o chuveiro é que não gostou de mim e travamos altos duelos pela água quente. Well. Não se pode ter tudo.

Agora a Lu está se despedindo, e eu que lá passei só uma semana me despeço também. Agradecendo a alegria de ter podido compartilhar da Lisboa da Lu. Que será pra sempre um pouquinho minha. 
Viva as novas aventuras, querida. De volta, mas tão diferente. Crescida. Iluminada por outras luzes, bafejada por outros ventos. Trazendo nos cabelos e nas modas os jeitos e os ares de Lisboa. Da sua Lisboa: a Lisboa da Lu, que é só uma.


Um comentário:

  1. Coisa linda Renata! Lindo texto! Lisboa é um desbunde de deliciosa! Me emocionei por lembrar de cantinhos que são A Origem! Imagino que viver isso com amor e amizade deve ser muito melhor! Parabéns pelo lindo texto! Beijos e saudades, Ciro.

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