segunda-feira, 4 de julho de 2016

Astrologia: qual é a minha praia

Pois é. Quem não lida com isso não sabe, mas é claro que tem especializações, tendências. Diferenças de fazer e de ver. Astrologia mundana, astrologia horária, astrologia tradicional....
Minha praia é mais facilmente contada pelo viés das mestras: Claudia Lisboa e Martha Pires Ferreira. 

Claudia foi a primeira, a que me deu régua e compasso. O vocabulário, o jeito de olhar. Ela vem da linhagem começada por D. Emy, Emma Costet de Mascheville, uma senhora de nome de princesa e alma ampla, de muitos filhos biológicos e astrológicos. Eu sou uma neta, dentre tantos. Claudia, luminosa, em sua casa branca no alto do morro, ensinava desfiando, piscianamente: contando história. Fazendo caminho. Um curso de vários anos, porque astrologia não se aprende do dia pra noite. Indo pelos signos e seus significados. Pelas casas, pelos aspectos. Revelando pra gente a gramática por trás daquilo tudo. Sem esquecer a arte. Sem nunca esquecer a arte.  

Martha Pires foi a segunda: autodidata, irreverente, sábia toda vida.... no principado de Santa, entre estantes e quadros, levou a gente (Miriam, Jayme, eu) a aprofundar aspectos, trouxe novo olhar vindo de tantos anos de prática, conduziu a gente pela mão no estudo de mapas de famosos. Vidas fechadas e conhecidas, boas para entender a matéria da astrologia. Uma alegria ver a Martha interpretando um mapa. 

Tanto uma como outra têm em comum a generosidade e o brilho no olho: uma curiosidade permanente, uma vontade de destrinchar mais, de aprender mais que não cessa. Considero que fui muito abençoada: grandes mestras essas. Agradeço (aos deuses, aos orixás, ao acaso). 

Depois dos anos de aprendizagem, o negócio é fazer caminho, que astrologia é prática. Nem sempre tranquilo, nem sempre fácil: mas um caminho bom de andar, viu.

Os mapas de gente é que são minha praia: do resto sou observadora interessada. Gosto de fazer mapa de gente que "não acredita": não tem a ver com acreditar, não é mesmo? Não é para convencer, que também não é disso que se trata. Para apresentar. Como uma forma de ver, de organizar isso que a gente chama de realidade. 

Mapas de clientes desconhecidos: fascinantes pelas descobertas. Pelos encontros das pessoas consigo mesmas, de uma forma diferente. É um caminho a se fazer juntos, uma troca: o mapa permite uma análise simbólica e quem dá concretude aos símbolos é, evidentemente, quem o vive. Assim, os mapas em que o cliente não abre a boca ficam mais pobres, na minha opinião. "Les meilleurs thèmes sont ceux dont le client fait lui-même la moitié", parafraseando Voltaire.

Mapas de gente conhecida, amiga: é sempre um encantamento. Como se eu estivesse conhecendo a pessoa de novo: outro olhar. Chego no mapa desarmada, sem procurar confirmar o que já sei sobre a pessoa. E em geral me surpreendo. No começo foi difícil, é grande a tentação de buscar reforços às "verdades" que se sabe: mas é claro que o propósito não é esse, e à medida que se vai adquirindo confiança, pela prática, vai ficando mais simples olhar com olhos novos. De ver. "Olhos de criança", como uma vez me disse alguém.

Revoluções solares: o ritmo e o arranjo do ano ao tocar a melodia do mapa. Alguns mais agitados, outros mais tranquilos; alguns mais cheios de bossa, outros mais básicos. Com ênfases em áreas diferentes. 

Sinastrias: como se dá sua relação com o outro? O que há em comum, o que há de particular? Onde os encontros, os desencontros? Qual a fonte dos desentendimentos e das dores? Ajuda um tanto olhar e saber. Acho que dá certa acalmada.... e pode colaborar para novas formas de trocar e de compartilhar. 

Por aí vou caminhando. Lentamente, como boa taurina. Um pé após o outro, na busca da segurança. Este ano, fazem dezesseis anos que comecei a estudar astrologia. Foi no ano 2000, vejam só... um ano fértil. Em janeiro de 2001, nasceria meu segundo filho. Veio junto com a astrologia. :) 


Mestras: Claudia e Martha. Obrigada!

foto daqui.

7 comentários:

  1. Amei. Acabei de fazer o meu. Com atraso, mas em tempo de me apossar das fôrças que se apresentarão nos próximos mêses. Bom para confirmar, descartar, fazer escolhas. Astrólogas são excelentes intercessoras para o pensamento. E vc, com certeza, deve ser das melhores.❤

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    1. que legal, Katia! Ah, sempre é tempo. Acho que realmente pode ser uma ferramenta de grande ajuda, em certos momentos. Beijo!

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  2. que linda você, sinto um afeto enorme quando leio suas coisas, e fico feliz de ser sua amiga.
    grandes mestras você teve. queria muito ter tido também.
    astrologia me atrai irremediavelmente, quem sabe ainda dá tempo, né?
    vou agilizar aquela nossa conversa do mapa, lembra?
    beijos querida.

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    1. ah, claro que dá. persistência e perserverança, às vezes até mais fáceis de se ter quando já se adquiriu certa maturidade... por isso muita gente começa e pouca gente continua. tamos aí pra conversar quando você quiser! Beijo!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Se eu soubesse a que horas nasci...se eu soubesse!

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