Era assim:
Eu era criança e eu sabia de umas coisas.
Que a gente morava fora do Brasil e não era por querer.
Que a gente não podia voltar.
Que no Brasil tinha um moço que fazia umas músicas tão bonitas, que a gente cantava junto e dava esperança e alegria.
Os discos do moço, as fitas com as músicas do moço, chegavam assim meio escondidas, como se fossem muamba, cheias de mistério e encanto.
Aí eu fazia a minha parte.
Chegava uma fita, um disco do moço, e lá ia eu ouvir incontáveis vezes, até decorar todas as músicas. Ou quase todas. Ouvindo, parando, escrevendo a letra no papel quando não tinha. Aprendendo, me impregnando.
Nas férias, nas viagens de carro, eu ensinava. Ensinava à família: cantava para meu pai, para minha mãe, para meus irmãos aprenderem. Para que a gente incorporasse mais aquelas ao repertório e pudesse cantar juntos.
Mais um dia. Mais uma viagem. Mais uma esperança. Mais uma lembrança, nesse ano de datas redondas.
Em que Chico faz 70. Em que fazem 10 que meu pai não está mais aqui.
E eu agradeço. O tempo. A vida. A convivência. As canções.
Grande Homem! Grande Chico! Grande Músico! Grande Brasileiro!
ResponderExcluirRenata, bela mensagem a sua.
Beijos buarqueanos, martha pires
Obrigada pela visita e pelo carinho, Marthinha! E viva ele. Beijos!
ExcluirNa radiozinha do Midwest americano. Obrigada!
ResponderExcluirBeijo, querida! Adorei a visita! :)
Excluirah, que lindo...
ResponderExcluire tem esse outro chico, o dos exilados brasileiros.
lindas memórias, imagino você escutando os cassetes, decorando as letras, cantando junto...
fiquei emocionada..
beijo querida.
Chico faz parte. Sabe, faz parte? Tão parte da minha história.
ExcluirBeijo, Beth!
E chorar ouvindo Chico? Por exílio, por coração partido, pra "puxar angústia", como dizia o Eduardo Marciano, de O Encontro Marcado, de Sabino?
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