E hoje o Chopinho abre suas portas para post de convidado. Seu nom de plume é Euclydes P. Comunicador e conhecedor da alma carioca, traduz o sentimento de muitos com raro talento. Abaixo ele conta mais:
Fingir pode ser necessário em alguns momentos da vida. Este não é um deles. Não dá para fingir que a cidade vai bem. E ir bem, no caso, significa atender às necessidades da maioria da população trabalhadora e pagadora de impostos. Ir bem quer dizer oferecer uma rede pública de saúde digna desta definição, de ser pública e cuidar da saúde dos cidadãos. O mesmo vale para a rede pública de educação , que seja pública; logo, aberta a todos e capaz de educar as novas gerações para o mundo de hoje e o que está por vir. Ao passar na frente de uma escola municipal deveríamos sentir orgulho de viver numa cidade que dá as condições, ao aluno e ao professor, de desenvolver suas potencialidades.
Nos transportes, é preciso de uma vez por todas repensar o modelo falido que insistimos em replicar e maquiar. Desde quando linhas expressas de ônibus são solução para qualquer coisa? Por que não retomar o debate sobre a massificação do uso do transporte sobre trilhos? Nos bondes, dentro do perímetro urbano e nos trens para o subúrbio...
O dinheiro olímpico, as verbas do futebol, o fluxo turístico, nada disso será interrompido. Mas podemos sim interromper, ou ao menos enfrentar, a violência das milícias (que contribui para o caos nos transportes com as vans), a concentração de poder e dinheiro nas mãos dos mesmos empresários de ônibus de sempre, a avassaladora especulação imobiliária, que desfigura sempre e mais uma cidade que tem tudo para crescer mais horizontal, mais ampla e mais plana. É preciso ainda e é possível incentivar o uso de bicicletas, com campanhas, abatimento de impostos, educação. Não fingir que temos ciclovias viáveis nem alardear que somos metrópole civilizada por conta de um sistema de aluguel restrito e irresponsável.
Precisamos querer mais do que apenas uma boa relação com os governos estadual e federal ao custo que for. Temos que investir na nossa vocação,turística, cultural e industrial. Mas não com siderúrgica na região metropolitana, não sem uma política séria de saneamento básico e otimização do uso da energia, e muito menos deixando a gerência da nossa festa popular maior, o carnaval, a cargo de uma máfia que conta entre seus integrantes bicheiros, milicianos e torturadores.
O primeiro passo para viabilizar qualquer dessas discussões é ter a oportunidade de ver um debate franco , com justa divisão do tempo , onde problemas sejam levantados e encarados. O primeiro passo é levar Marcelo Freixo para o segundo turno. Estamos juntos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente à vontade. Mas, caso você opte por comentar como "Anônimo", assine de alguma forma, por favor. Fica mais fácil responder.