Ela tá indo pra lá e me dá um aperto no peito, como se fosse eu. Ela não foi quando ele se foi, e eu entendi. Não deu. Acho que no lugar dela era capaz de eu não ir também. Ou não. Talvez fosse, pelos abraços. Pelo chorar junto. Já descobri que pra mim é importante o chorar junto. O não precisar explicar, não precisar dizer. Mas ela queria ficar quieta, no canto, e eu entendi.
Agora, vai. Porque lá é seu lugar também, e continua sendo. Porque ele continua lá também, mesmo não estando. Tem a história, a vida vivida, as lembranças dela, deles, de todo mundo que conviveu com ele e que o amou. E olha, era muita gente. Muita gente que o amava e que via que ele não tava bem. Embora não visse tanto. Ele saía, ele conversava, ele ria com a gente: então, como saber o tamanho do frio, a imensidão do escuro, a profundeza do abismo? Não dava. E se desse, não dá pra saber se daria pra ter feito algo.
Talvez não. Porque ficar é escolha. Ir é escolha. Acabei de ler um romance, leve, que trata disso: da escolha e do respeito à escolha. E me lembro, de novo, daquela conversa com tio Sylvio, em que ele me dizia que a gente sempre está sozinho, quando se joga na água gelada; a gente tá sozinho enquanto nada, e o que pode esperar é que tenha alguém com uma toalha felpuda aguardando na margem.
E isso não é certo.
O que é certo é que na água a gente está só.
Talvez não. Porque ficar é escolha. Ir é escolha. Acabei de ler um romance, leve, que trata disso: da escolha e do respeito à escolha. E me lembro, de novo, daquela conversa com tio Sylvio, em que ele me dizia que a gente sempre está sozinho, quando se joga na água gelada; a gente tá sozinho enquanto nada, e o que pode esperar é que tenha alguém com uma toalha felpuda aguardando na margem.
E isso não é certo.
O que é certo é que na água a gente está só.
Meu coração vai com ela. Minha saudade, meus abraços. Meus agradecimentos pela vida vivida. Pela bicicleta emprestada, pelas guerras de travesseiro, pelas brincadeiras, pelas risadas tantas. Pela encheção de saco, pelas discussões intermináveis. Pelo frio na barriga às vezes. Pela dança junto. Pelo olhar de lado.
Valeu, mermão.
A gente se encontra lá.
Por enquanto, mando meu coração com ela.
Valeu, mermão.
A gente se encontra lá.
Por enquanto, mando meu coração com ela.
Com orgulho e com saudade. |
é tão difícil acolher a escolha. e tão necessário. um abraço pra vocês.
ResponderExcluirbeijo, amor. é difícil sim. e necessário. a gente vai aprendendo.
Excluire esses sentimentos imensos que não cabem no peito e que não acabam nunca... é um privilégio ter vivido isso, mesmo que pareça que não...beijo...
ResponderExcluirah, com orgulho e com saudades também... e com vontade de chorar...
Excluirsim, é um privilégio. eu sei. beijo muito grande.
ExcluirAcho que não entendi uma parte importante, mas não faz diferença pro que quero dizer: que estou aqui mandando um abraço pra você.
ResponderExcluirbjinho também
Rita
muito bem recebido, sempre, seu abraço quentinho.
Excluirbeijo, Ritinha!
Beijos, Re!
ResponderExcluirbeijo, querida!
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